terça-feira, 12 de abril de 2011

PÁSCOA: DÁ PARA FALAR

A Páscoa é o momento de re-nova-ação (de renovação) urgente da mente, do coração e da vontade! Momento de transformação da mentalidade de vida! Momento de mudança de atitude interna e da ação externa, individual e coletivamente! Momento de retomada de consciência humana salvífica!
Pois, onde há tirania de vida política, econômica, social, familiar e cultural/religiosa, lá tem os Faraós (do Egito), Nabucodonosor (da Babilônia), Sargão (da Assíria), Ciro (da Persa), Alexandre, o grande (da Grécia) e tem o Tito, o Adriano, o Nero e outros mais (de Roma). Os reflexos dessas antigas nações tirânicas (o comportamento perversos de seus líderes escondido atrás dos discursos demagógicos, políticos e religiosos), se visualizam, atualmente, nos países, chamados de “primeiro mundo”, como Estados Unidos da América e seus aliados (os países da Europa Unida e Oceania), que estão promovendo, abertamente, as guerras de grande escala pelo mundo afora (e/ou, incitando indiretamente, aproveitando a situação, para a matança com o fim do interesse político, econômico – e por que não o religioso?), usando e abusando as bandeiras de democracia, de direitos humanos e de liberdade de cada indivíduo. Enquanto que no campo religioso se encontram os reflexos nos sistemas autoritários das monarquias (e/ou teocracias) religiosas como, por exemplo, no cristianismo romano e em alguns países islâmicos espalhados pelo mundo. Más também a situação dentro do nosso próprio país não faz a diferença! A violência real e simbólica, política, econômica, social, familiar e religiosa cresce e se espalha a cada dia. É bom saber que, todo o tipo de discurso político sempre possui, de uma ou de outra forma, o fundo teológico e todo o tipo de discurso de teologia possui, por sua vez, o fundo político. Pois, a razão política e a consciência teológica, a teoria da ciência do intelecto e a real experiência da fé nunca estão separadas nem se excluíram, sempre estão lado a lado, unidas ao longo da história da humanidade. São duas faces da mesma realidade, duas forças compostas para a mesma missão: garantir o bem-estar e o bem-viver, resgatar a salvação da humanidade no aqui e agora e depois.
Todas essas realidades desumanas não são outra coisa senão o “câncer” que corrompe, corrói e destrói a paz verdadeira, a liberdade responsável, a alegria duradoura, a justiça social, o direito sagrado, a dignidade humana, os sentidos e valores de vida divina humanizada e humana divinizada, a convivência tolerante, humanizante e humanizadora, plural, dialogal e participativa neste planeta Terra. São os “túmulos escancarados onde os filhos e filhas de Deus são enterrados vivos e que o próprio Deus quer tirá-los e fazê-los passar de imediato para o outro lado da vida sonhada” (cf. Ez 37,12-14).
Serve alguma coisa quando na teoria fala de paz enquanto nas práticas promove as guerras? Ou, quando da boca ora a Deus da vida e do amor enquanto as mãos espalham o ódio e o terror? Serve o que se da mesma língua saem as orações pela paz e pela vida e, ao mesmo tempo, o anúncio de condenação e da morte? Serve o que se no discurso e/ou da homilia fala de justiça social, de direito igual da cidadania e da liberdade individual, de inclusão, de respeito e de valorização da diversidade como fonte de riqueza para a comunhão de vida fraterna enquanto na prática a injustiça, a discriminação e repressão, a exclusão e a negação das diferenças? Dessa forma, transforma os próprios discursos políticos e teológicos tanto quanto as orações e/ou pregações sabáticas (ou dominicais) em puras demagogias e hipocrisias.
A Páscoa é o momento de eterna passagem da morte potencial e morte potente para a vida libertada, restaurada e re-fortalecida! É o momento de grande retorno à origem: da animalidade do comportamento perverso à humanidade de vida solidária, portanto, virtuosa! É momento de ressurgimento da vida “sóltica” (do solo) para a elevação de vida espiritual ou, celestial.
Que tenham a paciência e sejam mais compreensivos com quem erra, não maculem as pessoas nem promovem a violência, nem real nem simbólica. Procurem a paz, divulguem o perdão, valorizem as diferenças e fortaleçam a convivência fraterna mais justa, mais saudável, mais tolerante e mais solidária. Que a luz do Jesus ressuscitado, ilumine suas vidas a cada dia e sempre mais.
                         BH. 11/04-2011
                        Lucas Betekeneng

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