(Mc 16,15-20)
O discurso de envio – missionário (vv15-16) serve-se de expressão nas primeiras comunidades cristãs desde o primeiro tempo de sua formação. O autor (anônimo) que faz a costura final do Evangelho de Marcos anuncia a vitória do Bem sobre o mal (vv.17-18). Com a morte de Jesus, os povos tomarão consciência e irão ter nova linguagem, o mundo novo e nova humanidade serão criados a partir do testemunho missionários dos discípulos e seguidores, pelo mundo afora. Essa nova forma de ser, de conviver e correlacionar para com todas as criaturas é a impressão (a marca da identidade) da experiência de fé e amor fraterno.
O ponto mais importante nesse texto está no versículo 19: “Jesus foi elevado ao céu e sentou-se à direita de Deus”. Duas palavras simbólicas apontam a profundidade da mensagem teológica que o autor quer passar para os seus leitores na sua atividade catequética: tudo o que o ser humano rebaixar para a terra, Deus eleva para o céu; e tudo aquilo que o ser humano despreza e desvaloriza, Deus recupera, resgata e valoriza. Mais ainda quando se trata de “sua própria imagem e semelhança” (cf. Gn 1,26). Assim, “na mão de Deus nada se perde, tudo se afirma, tudo cresce e tudo se transforma” (cf. 1Cr 29,12).
A partir dessa consciência teológica que os discípulos e seguidores vão anunciar a Boa Nova pelo mundo, não só com palavras, mas principalmente com as práticas de vida. O ser humano precisa renascer, precisa dar à luz a si mesmo no Espírito (cf. Jo 3,3), precisa se transformar em homem novo crístico. Os cristãos, principalmente, precisam de conversão, de se tornar homens e mulheres mais saudáveis, mais maduros, mais equilibrados e mais humanos, portanto mais, crísticos, isto é, mais salvíficos. Os cristãos devem, em primeiro lugar, domar sua própria animalidade antes mesmo de querer mudar o mundo. Com suas práticas de vida, em todos os níveis, mostra que os cristãos ainda estão bem longe do seguimento de Jesus Cristo, a Boa Nova de Deus anunciada por Jesus ainda não atingiu o coração dos batizados e batizadas, muitos cristãos ainda vivem a mentalidade primitiva. O exemplo disso são as guerras e todo o tipo de matança contra vida que se flagram pelo mundo afora. O mundo só será mudado na medida em que o ser humano muda a sua maneira de ser, viver e agir.
É pura hipocrisia quando da mesma boca sai a bênção e maldição; é pura hipocrisia o mesmo homem que, ao mesmo tempo, fala da paz, da justiça e do direito e pratica a violência, a injustiça e a discriminação e corrupção.
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Lukas Betekeneng
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