A morte de Osama Bin Laden não diz praticamente nada, pelo menos no ponto de vista ético e moral político mais saudável, maduro, justo e equilibrado, a não ser para criar no imaginário a relativa sensação de alívio e satisfação da fadiga psicológica por causa da concretização da vingança (camuflada atrás da bandeira de justiça e de paz), entalada na garganta há mais de dez anos. Os Estados Unidos e seus aliados, com seu plano político injusto em todos os sentidos, na realidade, já foram derrotados e humilhados desde a derrubada das torres gêmeas e da sede de segurança militar no pentágono e, muitos outros acontecimentos brutais espalhados pelo mundo afora. Isso, pelo menos, na visão “política” dos grupos de terrorista. Promover a guerra unilateralmente com desculpa de caçar o terrorismo, na realidade foi uma atitude desesperada dos Estados Unidos e seus aliados europeus e os demais países de diversos continentes para vingar dos grupos radicais. E enquanto isso não bastou, passaram a inventar razões imaginárias, sem nenhumas provas reais, acusando os líderes de outras nações como se tivessem produzidos e guardados as armas de destruição em massa, e que ameaçaria a paz e a segurança mundial para invadir suas terras, violando sua soberania, matando seus líderes, destruindo suas estruturas políticas e econômicas. E as piores vítimas dessa brutalidade legalizada foram, mais uma vez, milhares e milhares de inocentes. E pior, os líderes desses países opressores (Estados Unidos, países da união europeia e os demais países aliados) nunca foram denunciados e julgados em nenhum tribunal como criminosos e violadores dos direitos humanos. O que está por trás de tudo isso? Quem garante que os Estados Unidos e União Europeia e seus demais aliados tem crédito ético e moral político de democracia para o mundo?
A autocracia bin-ladeniana é, na realidade, a outra face da, chamada a prática política colonial, injusta, tirânica e imperialista dos países do “primeiro mundo”, liderado pelos Estados Unidos e Europeus, camuflada atrás da bandeira de democracia, de liberdade, de direito e de paz mundial. Portanto, a morte cruel do líder da rede terrorista, causada pelo ataque dos militares americanos não significa, politicamente, a vitória dos Estados Unidos e seus aliados, e nem a derrota do Osama Bin Laden e seus ideais de lutas, muito menos acabar com a rede terrorista que, atualmente, formada em células e estão espalhadas pelo mundo, e a maioria deles se organiza e age de maneira independente espalhando a violência no momento certo, no lugar escolhido e na hora certa.
O assassinato brutal do líder terrorista por militares americanos (em vez de ser capturado e levado ao tribunal de justiça para ser julgado legalmente segundo o critério político internacional) e o “tratamento” do corpo mortal de maneira vingativa e desumana (em vez de ser entrego ao responsável ou, pelo menos, ser enterrado, o corpo é jogado no alto mar feito lixo com justificava ilógica e injustificável. E mais, quem garante que esses militares não violentaram o cadáver e destruíram com mais crueldade ainda antes mesmo de ser lançado ao mar? Quem garante que esses militares estão falando a verdade?) revelam mais o ato de vingança psicológica do que a prática saudável de justiça que traz a paz para o mundo. Revela, além disso, a verdade da impotência da prática política de democracia do Ocidente em geral e, principalmente dos Estados Unidos e países europeus, inclusive os demais países aliados De diversos continentes. Qualquer ser humano maduro, saudável e equilibrado, sereno e justo tanto do ponto de vista da fé religioso quanto do ético e moral político, rejeita todo o espécie do ideal terrorista como forma de fazer política, e mais ainda quando se usa o nome da religião e de Deus para praticar a brutalidade contra a vida humana. Mas também condena, de igual modo, toda e qualquer ideologia política que prega e legaliza a pratica de brutalidade, como guerras, quais lá sejam os motivos. Pois tudo isso não corresponde com a cultura humana enquanto humana racional e afetiva. O ser humano deveria aprender sempre mais a se tornar humano, isto é, ser mais justo, mais sereno, mais solidário, mais dialogal e mais tolerante.
Osama Bin Laden, Sadam Husein, Mohamar Cadafi e muitos outros são, na realidade, a personificação, a outra face da política imperialista e colonialista do Ocidente, pois quem deu suporte político, logístico, econômico, técnico e militar ao longo da história, foram os líderes ocidentais (americanos e europeus). Dizemos que os lideres tiranos no Oriente, se não foram todos, pelo menos na sua grande maioria, são representante (personificação) dos líderes políticos tiranos do Ocidente, que estão no exterior. É bom lembrar que quem treinou esses tiranos, ditadores e agressores políticos para praticar a violência, real e simbólica, econômica e administrativa no passado, também são os governos ocidentais. São eles também que financiam esse tipo de política de autoritarismo, de tirania, de colonialismo e imperialismo, tudo isso feito sempre em vista do interesse de poder de dominação e da posse da economia. E agora também são eles que falam de paz, que pregam a democracia, discursam sobre o direito, a justiça e a liberdade e, ao mesmo tempo, promovem a guerra e praticam a injustiça, legalizando a violência e espalhando a brutalidade, cometendo o assassinato seletivo matando Sadam Husein, Osama Bin Laden, os filhos e netos de Mohamar Cadafi juntamente com milhares e milhares de civis inocentes. E ainda acham que tudo isso é dentro da normalidade. Essas práticas políticas de democracia dupla-face e atitudes paranóicas em nome da justiça e da paz ala americanos e europeus não contribuem em nada para a segurança mundial.
Portanto, a morte de Osama Bin Laden – e muitos outros – só aumenta, estimula, encoraja e fortalece ainda mais a violência e não vai trazer nunca a paz e a justiça ao mundo. É sempre bom lembrar que a paz não nasce da violência nem da injustiça e nem da negação do direito e liberdade. O ideal de paz deve andar juntos com uma política justa e transparente, com a prática de direito e liberdade, com a vivência de democracia verdadeira compartilhada, tanto no nível da política interna quanto externa.
Uma coisa é certa, com o assassinato cruel do Osama Bin Laden, os grupos de terroristas vão retalhar, na hora certa e em formas diversas, os Estados Unidos e seus aliados europeus, inclusive os demais países que deram seu apoio de diversas formas para a execução de assassinato e guerras. Quando, onde e como a retaliação, ninguém sabe a não ser o próprio grupo terrorismo que estão espalhados pelo mundo afora. Este é a preocupação dos governos do mundo inteiro. E quando acontecer, a vítima será, mais uma vez, os civis inocentes. Os governos do Ocidente (Estados Unidos e os países da União Europeia) deveriam ter mais cuidado e tomar a consciência em relação com a prática política imperialista e colonialista para poder contribuir, de modo concreto, para a edificação da justiça e da paz verdadeira do mundo e não somente fazer propaganda política demagógica e vazia, só “da boca para fora”, como dizem os latinos. É bom lembrar que a lógica de usar a violência camuflada atrás da bandeira política com intuito de ensinar é também significa ensinar a praticar a violência para qualquer fim. O ser humano – de todas as crenças religiosas e filosofias políticas – deveria se esforças a cada dia e sempre mais para domar o impulso alheio e destrutivo de sua animalidade do que promover a mentalidade paranóica espalhando mais a brutalidade com o objetivo de deter a violência e dominar os outros. Sabe-se que o ser humano capaz de se entregar a morte em nome do seu ideal, mas o ideal nunca morre por causa da morte do ser humano. Por isso, mude-se você mesmo e o mundo será mudado.
Por Lucas Betekeneng
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