segunda-feira, 17 de outubro de 2011

RESPONSABILIDADE E VIGILÂNCIA PERMANENTE SÃO AS CARACTERÍSTICAS DO SER E VIVER DO DISCIPULADO CRÍSTICO

(Lc 12,39-48)
O

 tempo e a paciência, diz o novelista e moralista russo, Leon NikolaievitchTolstói (1828-1910), são dois eternos beligerantes - em nossa vida humana. Assim o ser humano precisa se posicionar entre o tempo e a paciência. É um desafio permanente para uma espera da chegada desprecavida do novíssimo, pois, uma vez que não se sabe a hora certa da chegada do Senhor, o homem precisa decidir: ou optar pelo tempo, ou, optar pela paciência, e o livre-arbítrio é o seu aliado para essa tomada de decisão. Mas essa espera do dia da graça não é uma espera passiva, pelo contrário, uma espera ativa, dinâmica e envolvente e que exige um estado de permanente vigilância, de paciência, de prudência e de responsabilidade. Se se optar pelo tempo para vencer a paciência, o homem perderá a graça do novíssimo, mas se do contrário, ganhará a recompensa da felicidade na hora da chegada do tempo novo kairótico (vv. 43- 44). É uma prova de fogo, um desafio monumental para o amor e a fé. A característica desse relato comparativo de Lucas – estado de prontidão, rins cingidos, sandálias nos pés, cajado na mão, tudo a bordo, trajado para servir de modo apressado, de lâmpadas acessas e pronto para partir – nos parece que o autor está fazendo uma recordação do Êxodo (cf. Êx 12,11). Assim a vida cristã, nesse estado de cuidado perseverante, é uma eterna espera ativa, vigilante e constante por um novo êxodo. Isso, porque a vida do discipulado crístico sempre voltada para o futuro esperançoso da salvação plena e eterna, quando Deus se torna tudo em todos (cf. 1Cor 15,28).
A vigilância, segundo o autor, não tem hora. Mesmo sem saber a hora do retorno do Senhor, o vigia fidedigno deve continuar firmes e sempre em prontidão no seu posto. Por isso, felizes os que se encontram agindo assim quando chegar a hora do Senhor (v. 43), pois esse servo vigilante receberá sua recompensa, será constituído como gerente dos seus bens (v. 44).
Mas por que Jesus exige tanto da responsabilidade dos seus seguidores e discípulos? A responsabilidade não é outra coisa senão um conjunto de valores: éticos, políticos, moral social e cultural-afetivo e religioso. É uma atitude e comportamento ético e moral crístico que envolve uma gama de relações, tanto vertical (em relação com Deus) quanto horizontal (com todas as pessoas e/ou grupos em âmbitos diversificados) no seu exercitar dos deveres e compromissos. O que é viver vigilante e agir responsável? É conviver com sabedoria serena, calma e humilde, procurando com constância e perseverança a vontade de Deus a realizar, não como dever obrigatório (religião do dever escravista e serviçal), mas como ato espontâneo da maturidade do querer responder o amor gratuito do Senhor (religião do querer libertador filial). Lembramos, aqui, as letras musicais do cantor Robert Carlos, cujo título: É preciso saber viver:
Quem espera que a vida
seja feita de ilusão
Pode até ficar maluco
ou viver na solidão
É preciso ter cuidado
prá mais tarde não sofrer
É preciso saber viver...

Toda pedra no caminho
você pode retirar
Numa flor que tem espinhos
você pode se arranhar
Se o bem e o mau existem
você pode escolher
É preciso saber viver...

_________&&&_________ BH. 18/10-2011
Lukas Betekeneng

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